Nascido no dia 20-03-1984, na cidade de Itapetininga. Cresci aos cuidados de minha amada mãe Divanil, minhas tias Maria Celina, Odila e de minha avó Maria, ambas lutaram muito, para dar a mim e minha irmã uma vida digna, não de luxo, pois vivíamos na simplicidade. Perdi meu pai muito cedo com apenas um ano de idade, devido ao alcoolismo, não tive a oportunidade de conviver com ele. Muitos filhos hoje, tem a graça de sentir o abraço e o carinho de um pai presente, e eu não tive essa oportunidade.
Minha infância foi vivida na pobreza, no medo, na tristeza, nas carências, nas vontades e desejos, mas acima de tudo com grandes sonhos, guardados em meu coração.
Com o passar do tempo, fui morar em Angatuba, eu já tinha sete anos, minha mãe foi meu pai durante todo esse tempo, sua preocupação era de nunca deixar faltar nada para nós. Certa vez ela muito preocupada, perguntou a sua patroa, se ela teria alguns livros para emprestar, pois seu medo era de que eu nunca conseguisse ser alguém na vida.
Eu era um menino muito triste, fechado, não gostava de conviver com as pessoas, eu gostava sempre de estar sozinho. Eu não me aceitava do jeito que eu era, pela minha própria cor de pele, eu não entendia o porque de ter nascido com essa cor, onde as pessoas zombavam e colocavam apelidos.
Com 11 anos, brotou o desejo em meu coração, de aprender música, comecei a fazer aulas de violão pela prefeitura, quatro meses foi o suficiente para que eu aprendesse o básico e começasse a tocar.
Foi então que apareceu o primeiro convite, tocar na reunião de coroinhas, eu e meu melhor amigo Juliano, presente que Deus me concedeu, no qual me ajudou muito no início de caminhada, vivenciamos muitas aventuras, rosários e mil Ave Marias.
Fomos convidados á participar de um grupo de crianças chamado barquinha de Jesus, no qual mais tarde viemos assumir a coordenação juntamente com outros irmãos de caminhada.
Aos 15 anos comecei a participar do grupo de oração jovem (G.A.J.A, grupo de apoio aos jovens de Angatuba). Foi meu primeiro encontro com a R.C.C. onde pela primeira vez experimentei o amor de pai que nunca tive, nunca mais quis me separar desse Deus maravilhoso. Comecei à participar de experiência de oração, aprofundamentos, retiro de carnaval e formação, aproveito para agradecer minha querida irmã em Cristo Vera, pois ela teve grande participação na minha formação espiritual.
Fui convidado à fazer parte da coordenação, iniciei como intercessor e através de uma oração o Senhor revelava ao servo Márcio, juntamente com outros irmãos, que o meu ministério era na música. Comecei então a tocar violão no grupo de oração, sempre eu e o Juliano, juntamente com pessoas de oração, que nos ensinaram a ter uma comunhão com o Senhor.
Iniciei minha biografia dizendo que vivia na pobreza, pois é, eu não tinha violão, era emprestado, demorei para ter o primeiro, foi com muito sacrifício de minha mãe, que consegui ganhar meu primeiro violão.
Eu poderia ter escolhido outros caminhos, mas como Deus me amou primeiro, sem perceber fui me envolvendo por esse amor maravilhoso, o seu amor é o que me basta e nunca precisei me envolver com bebidas, drogas e outros tipos de vícios, para me preencher.
Eu me lembro de um encontro, onde eu e meu irmão de caminhada Alessandro, chorávamos demais, sem entender o que estava acontecendo. Em tudo que olhávamos víamos a presença do Senhor. Cada dia que se passava, Deus me modelava e me curava.
Creio que esse tempo foi preciso para minha preparação, e mais uma vez o Márcio, disse que o Senhor me ordenava a deixar o violão e começar a cantar.
Como começar a cantar? Foi minha pergunta, eu não sabia nada de música. Ele insistindo disse: Deixe o violão agora em nome de jesus, então por obediência deixei o violão e comecei a cantar.
No começo era muito difícil, tímido sem ter conhecimento nenhum, preferia ficar escondido atrás das pessoas cantando, até hoje é assim, mas Deus, mais uma vez com seu amor de pai, e a intercessão de Nossa Senhora, foi moldando meu coração, minha musicalidade e eu fui pegando amor pela música e quando me dei conta, estava cantando e ministrando seus louvores nos grupos de orações e depois por toda diocese.
Meu sonho era ir embora para canção nova, servir o senhor lá, mais era o meu desejo e não o de Deus, voltei pra casa frustrado e nesse dia o Senhor me deu uma visão, de minha mãe em um caixão, fiquei desesperado no momento, queria voltar embora para casa.
Foi então que pedi oração a um amigo, que no final da oração me assustou mais ainda dizendo: Sua mãe esta doente e pode morrer, me derramei em lágrimas, continuou dizendo: Não se preocupe tem solução sabe qual é?
AMOR, muito amor, ame sua mãe, ensina a amar, pois ela não recebeu o amor de seus pais, ame que o seu amor irá cura-la. Realmente o amor curou minha mãe e me curou também pois eu nunca tinha dito a ela que eu a amava, e nem ela me dizia, não tínhamos esse costume, mas Deus mudou tudo isso. No ano de 2001 conheci minha futura esposa Paula, que quando me conheceu me achava um bobão, mas depois fomos nos apaixonando, começamos a namorar, foram 5 anos.
Nos casamos no dia 20 de Maio de 2006,um grande presente de Deus para mim, ela mudou muita coisa em mim. Se sou o que sou hoje, devo muito ao amor e respeito que temos um pelo outro e principalmente pela paciência dela, para comigo. Quantas vezes eu a decepcionei e a feri com palavras e atitudes, mas como o amor supera tudo, ela suportou, perdoou e me amou acima de tudo.
No ano de 2008,resolvemos sair de Angatuba para tentar uma nova vida, no começo foi difícil demais, emprego, casa, longe dos familiares mais tudo passou graças a Deus. Deus e Nossa Senhora mais uma vez mostrando seu amor para conosco, me providenciou um trabalho em uma multinacional, foi no mês de outubro, mês de Nossa Senhora Aparecida. Estávamos vivendo um momento muito delicado sem trabalho, sem comida, querendo voltar embora pra Angatuba, mais através de uma pregação do Ironi Espuldário, um grande profeta no qual ele dava um testemunho, pedindo para doar o que nós tivéssemos de dinheiro no bolso, para para ajudar a pagar as despesas do cenáculo, e que era pra confiar no senhor que a providência viria.
Naquele momento eu só tinha dois reais, doei confiando na graça, passou alguns segundos e a providência veio mesmo, um irmão veio me oferecer ajuda com alimentação. Na mesma semana no grupo de oração ganhamos um cheque doado, estava de joelhos no santíssimo de olhos fechados. E a voz daquela mulher dizia: Não precisa saber quem deu, é para vocês, ganhamos também um cartão alimentação de um casal de amigos. Na outra semana comecei a trabalhar, tudo com Jesus nada sem Maria.
A vida que tanto desejamos estava acontecendo, trabalhei cinco anos nessa empresa, depois disso, junto com o trabalho começarama vir a falta de tempo para servir o Senhor, ou melhor as desculpas , estou cansado, não tenho tempo, infelizmente quando nos afastamos da graça, ficamos cegos pra tudo, principalmente pra Deus. E isso foi piorando cada vez mais.
Mas Deus não nos abandona, até que um dia, o Senhor revelou ao coração do querido tio Henrique, que tínhamos que abrir mão das coisas materiais, no começo não entendemos, como assim? Abrir mão de coisas materiais se não temos nada. No nosso entender era ir para outra cidade mais próximo da família. Estava tudo certo, eu e minha esposa sairíamos da empresa, ficaríamos alguns meses nos preparando para voltar.
Mas nesse tempo eu tinha voltado a tocar na igreja a pregar de novo, foi então que começamos a entender que na verdade o abrir mão das coisas materiais era para que eu saísse do trabalho e voltasse a servir o Senhor , pois Ele queria dar a mim e minha esposa um tempo novo, um tempo de graça, profecia essa confirmada pelo nosso amigo/irmão Alessandro, um novo tempo, o ostensório sobre nós, nos iluminando.
Aconteceu que em Setembro de 2013, fui ministrar em um grupo de oração, onde o Senhor, revelava no coração de uma irmã através de uma profecia, de que eu iria gravar um CD.
Não era a primeira vez que o Senhor falava a respeito da gravação do CD. Nunca dei atenção porque achava que isso não era para mim. Eu acreditava que tinha outras pessoas melhores e capazes para isso.
Eu não acatei aquela profecia, fui teimoso, mas teve alguém que acreditou, ousou e foi além. Essa pessoa se chama Paulo Ricieri, servo abençoado por Deus, me levou em um estúdio, no qual nunca em minha vida tinha entrado. Fomos na fé e na coragem, o Paulo mais que eu, fiquei encantado com o lugar, então lançamos a ideia que tínhamos e contamos um pouco de meu testemunho.
Julio Paes, dono do estúdio me perguntou se eu tinha composições próprias e pediu pra eu cantar, então cantei algumas músicas para ele, ouvir e sentir minha musicalidade. Graças a Deus ele aprovou e sentiu no coração em nos ajudar.
Começamos o projeto desse trabalho, para que se tornasse realidade, não por nossos méritos e nem por nossas vontades. Na verdade, no meu humano eu não queria, mas pela promessa de Deus em minha vida, abri mão das coisas materiais para viver as divinas e pelas mãos da Virgem Maria. Por isso que digo com toda certeza do meu coração que: Deus me amou primeiro.